Um dos fatores mais importantes ao tratar com crianças é a linguagem que utilizamos. Elas não são adultos em miniatura, lembra-se? Por isso, não podemos falar com elas usando o mesmo vocabulário e tipo de raciocínio usado no diálogo com adultos. Além de não compreender, elas podem ficar ainda mais confusas.
O professor deve ter em mente que a criança não chegará à escolinha num belo dia e entrará na classe dizendo-lhe: "Estou com raiva da minha mãe porque ela gosta mais do meu irmão que de mim."
"Meus pais brigam". "Sou feio (a)"
O diálogo na maioria das situações vai partir do professor.
A comunicação com a criança se dá principalmente pela linguagem lúdica. A brincadeira é a linguagem natural da criança, portanto o professor pode chegar a ela e ajudá-la por meio de jogos, desenhos e atividades lúdicas afins. A criança então se sentirá confortável para expressar, natural e abertamente, o que sente.
Nem sempre, porém, a criança saberá expressar em palavras o que está sentindo ou vivenciando, por isso o professor precisa ter habilidade para ajudá-la a exteriorizar seus sentimentos. Lembre-se de que nem sempre ela conseguirá verbalizá-los. O professor deverá estar atento e preparado para "ouvir" e "ler" o que a criança tem a dizer durante os jogos, as atividades, as brincadeiras com fantoches, as histórias, os desenhos etc.
Esse tipo de diálogo é interessante, porque o professor não precisa necessariamente desenvolvê-lo com cada aluno, mas dependendo do caso poderá lançar mão do trabalho em grupo. Por exemplo, se o professor observa que um aluno mostra alteração de comportamento e começa a agir de maneira estranha, chegando à classe muito agitado, violento, querendo brigar com os demais, quieto demais, poderá pedir-lhe que fique um pouco mais após a aula para conversar.
Essa conversa, no entanto, não deverá começar com uma pergunta direta, do tipo "o que está acontecendo com você?" "Em vez disso, proponha-lhe um jogo e dirija o diálogo mais ou menos assim:" Eu trouxe um joguinho novo de cartas. Você gostaria de conhecer? Enquanto você lhe faz essa pergunta, vá colocando as cartas sobre a mesa. O Jogo proposto se compõe de cartas que trazem impressas carinhas de crianças que expressam diferentes emoções: raiva, tristeza, medo, etc. Escolha uma e pergunte a ela de modo bem descontraído. "Olha só esta carta, ela está com cara de quê?
Em seguida, escolha uma e conte algo que possa ter acontecido com você, por exemplo – Diga-lhe: "Vou escolher esta carinha de medo. Sabe, esta semana fiquei um pouco assustada com o assalto que aconteceu lá na minha rua. Tive medo que o ladrão entrasse em minha casa também. Então orei a Jesus. Como sei que Ele prometeu cuidar de mim e de minha família, consegui dormir tranqüila."
Só depois de usar seu exemplo é que o professor deverá perguntar à criança: "Você quer escolher uma carinha também?" A criança escolherá a carinha que expressa à emoção que ela está vivendo ou sentindo no momento: Medo, raiva, ódio, tristeza. É importante que o professor saiba identificar e interpretar a emoção, pois a criança nem sempre é capaz de identificá-las e nomeá-las. Se a criança rejeitar as atividades propostas, ore com ela e por ela; nunca force a participação da criança, ela deve querer.
Métodos para desenvolver o diálogo
No trabalho pastoral é muito importante que o professor ensine às crianças o vocabulário emocional.
- baralho de carinhas e o emocionômetro são ferramentas úteis para isso.
Dispondo-os na mesa, o professor poderá dizer às crianças:
Estas carinhas nos ajudam a dar nome ao que sentimos lá dentro. Elas representam o que chamamos de "Emoções" e nos ajudam a entender a nós mesmos.
Ninguém sabe o que realmente sentimos. Só Deus e nós mesmos. Às vezes, nosso rosto diz uma coisa, mas lá dentro o que sentimos é bem diferente. Já aconteceu isso com vocês? Vamos brincar um pouco....
Vou escolher uma carinha e dizer o que ela me faz senti. "Depois é a sua vez."
- Os fantoches também são boas ferramentas para isso. Podemos contar histórias em que os personagens vivem situações de crise, semelhante às que as crianças podem estar vivendo. Ela se identificará com a situação ou o personagem e acabará contando sua experiência.
- Um método que se mostra interessante e eficaz, especialmente com crianças um pouco maiores é o "Complete a frase.
O professor deve preparar as frases para que cada criança complete à sua maneira.
Vejamos alguns exemplos:
"Eu gostaria de ser mais_______________________
"Sou diferente dos outros porque________________
"Meus amigos pensam que eu __________________
"Não gosto de chorar porque____________________
"Senti muita vergonha quando__________________
Esse tipo de frase revela problemas relacionados à auto-estima, família, emoções, etc. E a resposta geralmente reflete a realidade.
- A caixa de "mensagens secretas" (Caixinha de oração) é mais um meio de interação com as crianças.
O professor pode pedir-lhes que escrevam mensagens secretas para serem colocadas na caixinha. As Crianças devem ser orientadas sobre o conteúdo, que pode ser um pedido de oração, um problema sobre o qual elas precisam de ajuda, alguma dúvida sobre a lição ou simplesmente o compartilhamento de alguma alegria ou tristeza.
As sugestões apresentadas constituem apenas algumas das possibilidades de comunicação e interação com crianças. Sob a direção do Espírito Santo e usando de criatividade, o professor poderá idealizar outras atividades. É importante lembrar que ainda que as situações possam ser semelhantes, cada caso deve ser analisado tendo-se em mente que a criança é única. Elas reagem diferentemente uma das outras.
Se você estiver disposto a ser mais que um professor na vida de seus alunos, acredite Deus o capacitará.
Extraído e Adaptado do livro: Pastoreando as crianças desta geração
Um comentário:
Com certeza esse trabalho tem alcançado seu objetivo, que é nos ajudar a levar Jesus a cada pequenino.
Deus tem te agraciado, com inspirações, para esse ministério crescer cada vez mais...
Muitos beijos,
Jaque
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